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O QUE É LUXO?


O luxo na arquitetura não é diferente do luxo na vida. Luxo é ter em sua casa aquilo que te deixa feliz.

Luxo são os espaços que te levam a respirar profundamente, a se espantar, a pensar, estranhar, se emocionar.

Pode-se tentar ser feliz com o mínimo, abolir os excessos, mas se para você o mínimo deve ser o máximo, pois que fique com muito. Luxo é não ter regras.”


O consagrado arquiteto brasileiro Isay Weinfeld nos leva a pensar o que é o luxo, discussão atual, mas que já está em pauta há um bom tempo. Prova disso, é que o trecho mencionado acima é de um texto publicado pela Vogue, na década passada.

Na matéria, o profissional faz um paralelo entre a arquitetura e a vida, elencando uma série de fatos, ainda atuais, que mostram outra versão do que é luxo.


Na arquitetura, Isay eleva o status da categoria a muito mais do que apenas construir materialmente espaços para moradia. Implicitamente ele convida o leitor a reflexionar. O lugar deve ser provocador, um convite a reações diversas. Essa é a verdadeira arte de projetar, provocar algum tipo de sentimento, estimular uma ação, fazer refletir. O oposto de um espaço com objetos, aparência, móveis em voga sem significado, que não leva em conta os gostos e anseios de quem vai morar nele. Entender o que aspira e o que vai fazê-lo feliz é primordial para garantir o sucesso. E é justamente aí que entra o conceito de luxo.


Na vida, o arquiteto destaca a liberdade de escolha, de acordo com o que se quer: se o bem-estar está baseado em acumular bens materiais, roupas de grife, viagens caras, ok! Caso contrário, se o desejo é estar em uma casa mais simples em meio ao campo, apenas o essencial para vestir e pescar no rio localizado nas redondezas, também está valendo. “Luxo é não ter regras!”


Em uma rápida pesquisa no dicionário Aurélio, luxo no sentido estrito da palavra, significa abundância, profusão. Se você perguntasse o que é luxo às pessoas que fazem parte do seu ciclo, talvez algumas respostas surpreenderiam.


Uma casa maior e mais confortável, fazer viagens internacionais sempre que quisesse, comprar tudo o que desejasse. Talvez, essas fossem a maioria das repostas há algum tempo, época em que luxo era comumente relacionado a bens materiais.


E hoje, quais seriam as respostas? Muitas pessoas passaram a dar um novo sentido à palavra. Nos dias atuais, em que todos estão tão ocupados, com pressa e sem tempo para viver da maneira como gostariam, as respostas poderiam se aprofundar: passar mais tempo com quem se ama; ler um livro; exercitar-se mais, alimentar-se saudavelmente. Ou seja, vislumbres de uma vida melhor.


Seguindo a mesma linha de pensamento, o “novo luxo” está muito mais relacionado a desejos de bem-estar e retorno à simplicidade. A busca de um olhar para dentro e para o reequilíbrio mental em dias de correria e piloto automático, está fazendo com que as pessoas procurem mais por experiências que possibilitem a expressão de autenticidade, onde podem revelar o seu verdadeiro eu, sem as amarras ditatoriais de qualquer espécie. É tempo de liberdade de expressão, de escolhas bem pensadas, melhores e equilibradas.


Carros são deixados na garagem enquanto as bicicletas percorrem o caminho para o trabalho. A loja de roupas novas é preterida enquanto os atuais brechós ficam cheios de interessados em reaproveitar roupas em bom estado. Fazer compras e levar suas próprias ecobags virou costume. A produção de alimentos orgânicos e o incentivo a compras de produtos artesanais cresceram; e a economia colaborativa está cada vez mais popular.


Com isso, percebe-se que atualmente existem compradores com propósitos, com maior consciência de consumo e com preocupações que ultrapassam as paredes das suas casas. São engajados, querem saber qual o tipo de material compõe o produto, qual o impacto sua confecção causa ao meio ambiente. É reciclado? É biodegradável? Seu descarte interfere na vida da fauna? Vai poluir os oceanos? E essa é apenas a ponta de um iceberg de questões cada vez mais profundas, lançadas por pessoas que detêm cada vez mais informações nas mãos e que têm voz, e esta é poderosíssima.


Em paralelo ao crescente cuidado das pessoas com seus semelhantes e com o mundo habitado, as marcas/empresas estão cada vez mais preocupadas em terem discurso alinhado e verdadeiro com esse público, que exige consumir produtos que tenham finalidade maior que a venda. Quando o entendimento é contrário, a punição é certa: o boicote, o abandono da relação e uma má reputação que pode deixar um legado, muitas vezes irreversível.


Mas o que é verdadeiramente luxo?

Independente do status e bem material, o luxo pode ser definido como algo que torna você feliz. É poder ser quem quiser, ter em sua casa um sofá herdado da sua vó, priorizar rever velhos amigos, morar perto dos pais e poder visitá-los sempre que quiser. Escolher o melhor restaurante para celebrar conquistas, poder se presentear porque você merece! O luxo faz parte da vida, por isso poderíamos tentar esgotar os exemplos. Mas e para você, o que é luxo?

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