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Foto do escritorFinottato

Identidade do lar

A importância da casa comunicar a identidade de quem a habita.



FICAR MAIS TEMPO EM CASA já faz parte da nossa rotina. E com este tempo, conseguimos perceber melhor os espaços com um novo olhar, que conduz uma análise mais profunda do que funciona e do que é excesso; observação feita até mesmo na vida pessoal. A grande roda de amigos, parceiros de saídas, ficou menor para caber em videochamadas. Visitas? Somente quando necessário. Preciso realmente deste utensílio que remove semente de melancia? E este armário com roupas que não são usadas há séculos? E a partir dessas questões, concessões foram feitas, itens e situações que já não cabiam mais, tiveram um novo destino, foram ressignificados. Veio o tempo de REORGANIZAÇÃO da VIDA. Nela, o verbo MORAR já não tem o mesmo peso, carregou-se de significados muito mais subjetivos, que ultrapassaram os bens materiais. Do simples fato do estar em um espaço físico comum e muitas vezes com coisas e objetos sem sentido, a CASA – abrigo do MORAR – ganha status de protagonista.

Dessa consciência, o desafio foi encontrar o caminho e meios para fazer do espaço, agradável, funcional e ainda, que tivesse personalidade própria, a cara de quem vai morar. Quais elementos usar que imprimam nas paredes, nos objetos, nos móveis – em cada cantinho – a marca registrada daquele morador?

E por que é relevante a demarcação deste território? Qual a importância em deixar essa marca registrada no espaço escolhido para viver? Nos percebermos além do que somos, como se olhássemos por espelhos. Nos enxergarmos nos lugares e sermos percebidos pelos outros, é uma forma de nos RECONHECERMOS e sermos RECONHECIDOS. Quem não fica feliz ao escutar de alguém: “ouvi uma música ontem no carro que me lembrou você” ou “passei por aquele lugar que você adora”. Qualquer frase que remeta reconhecimento pessoal desperta alegria e satisfação.

IDENTIDADE = RECONHECIMENTO = SATISFAÇÃO.


Por onde começar? Conhecer gostos próprios, cercar-se de todos os tipos de referências e reconhecer as que despertem sensações agradáveis, pode ser um bom caminho. Os meios para isso são dos mais variados, as redes sociais, por exemplo, são um prato cheio para todo o tipo de informação, desde profissionais da área de decoração e arquitetura a próximas tendências mundiais. A junção de ideias pode tomar forma com a montagem de composições visuais: imagens de objetos, móveis e até mesmo materiais que possam fazer parte dos revestimentos da casa (um ótimo jeito para materializar isso e visualizar as combinações é através dos moodboards). Logicamente, isso é um processo em que muitas vezes não há um começo, meio e fim; ele é cíclico e frequente, já que nós, seres humanos, vivemos em constante mudança. Elementos que podem nos ajudar a caracterizar o cantinho favorito Como temos visto por aí, a realidade atual pede que os espaços das casas sejam pensados do ponto de vista funcional, de acordo com as atividades desempenhadas em cada cômodo. Sendo assim, é possível integrar o espaço de trabalho com o mesmo lugar de descanso, utilizando elementos que tragam mais humanização e facilitem o bom desempenho na execução das atividades profissionais – esse movimento de humanização nos locais de trabalho já vinha acontecendo muito antes do home office ser vital para a continuação das empresas. E para tornar o lugar mais agradável, vale usar objetos e itens que estimulem o bem-

-estar durante a permanência em casa. São infinitas possibilidades que nos ajudam a dar a carinha desejada no interior da casa. Vamos dar uma olhada em três, que atualmente ganharam força e que podem nos ajudar a tornar isso realidade.

Mais verde, mais VIDA

Ambiente rústico com parede na cor bege, cadeira artesanal e plantas.

A vontade de reconectar-se com a natureza, trazê-la para perto e para dentro de casa tem sido frequente, por todos os benefícios que essa aproximação proporciona. O verde não só traz mais vitalidade, mas ajuda também a nos inspirar, recarregar nossas energias, serve como terapia – quando cuidamos das plantas, a saúde mental melhora – e algumas espécies são responsáveis pela filtragem do ar (só coisas boas!). Encher a casa de plantinhas foi um costume que pulou dos editoriais de revistas diretamente para a realidade dos lares. E isso é muito democrático, já que não é preciso grandes espaços, morar em casa ou possuir um quintal para desfrutar das plantas. Mas, é necessário estar atento aos cuidados que cada uma exige. O mínimo tamanho que o ambiente tenha, está valendo, é só colocar uma plantinha que caiba e presenciar a alegria invadir o seu lugar!

Design Afetivo


A sensação de entrar em um lugar e sentir-se bem acolhido, com aquela vontade de ficar por muito tempo por ser um ambiente gostoso e agradável, é de conquistar qualquer visitante. O interesse por criar ambientes assim, vem se consolidando cada vez mais, segundo o Google Trends – ferramenta do Google que permite acompanhar a evolução de pesquisas de palavras-chave ao longo do tempo – o termo decoração afetiva chegou ao seu ápice de pesquisa em setembro do ano passado. Fazer parte de algo maior, nos reconhecermos participantes de uma história com vínculos emocionais é característica intrínseca do ser humano: ser totalmente social e que precisa de conexões para viver bem. Por isso, compor o espaço com itens que despertem sentimento de pertencer gera bem-estar – esses podem ser carregados de lembranças ou não.

A vida pode ser mais colorida, e a nossa casa também


Imagine despertar e olhar para o céu nublado, onde uma chuva fia cai de nuvens cinzentas; agora imagine um dia ensolarado, com o céu mais azul, onde as cores sobressaltam, com o verde mais verde. Perceba como se sente comparando esses dois momentos. Embora o dia acinzentado tenha sua beleza poética, o colorido pode transmitir incomparável alegria e vivacidade. O dia mais ensolarado, que denota alegria, transpõe épocas através de olhares artísticos. E essa mesma sensação nos arrebata quando empregamos cores no interior da casa. Logicamente, como tudo na vida, apontar o que se quer usar é questão de preferência, entretanto é necessário parcimônia na hora de compor o mix. Dependendo das escolhas, podem surtir efeitos contrários dos desejados. Não à toa, o estudo das cores está aí para nos ajudar a não pesar a mão na hora de alegrar a nossa casinha! Socorro, não consigo fazer sozinho(a), alguém pode me ajudar? Sim! O arquiteto com a sua sensibilidade é o principal responsável por tornar realidade o que a gente idealiza. É o profissional que traduz o que queremos, muitas vezes sem saber como queremos de fato. E quando não sabemos ao certo, nos ajudam a dar a nossa carinha na casa.

Mas, para quem gosta de participar de todo o processo, desde a concepção da ideia a colocar a mão na massa, é só se jogar no DIY e aproveitar!


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