As vantagens da modernização no segmento.
Pessoas nascem, aumentando assim a população mundial, e consequentemente cresce o o consumo, que demanda a busca por mais recursos em geral.
À medida que isso vai acontecendo, está cada vez mais em pauta questões relacionadas ao modo que escolhemos viver, o que usamos e até mesmo como moramos, afeta diretamente o lugar em que habitamos.
Por isso, o caminho para o equilíbrio é pensarmos em soluções inteligentes e integradas que minimizem os impactos diretos em nosso meio, e uma dessas saídas passa por um segmento responsável por uma parcela bem significativa quando mencionamos implicações ambientais: a construção civil.
O cenário vem passando por uma revolução marcante, com a crescente adoção da industrialização como uma abordagem fundamental. Mesmo que ainda timidamente, nos últimos anos observamos alguma transição de práticas construtivas tradicionais para métodos mais eficientes e inovadores.
Junto, um movimento com uma série de ferramentas tecnológicas e digitais vem tomando forma e ganhando espaço nas rodas de conversas entre engenheiros e profissionais do ramo. E mais do que isso, tornando-se presente na prática dos canteiros de obras e fora deles, estamos falando da industrialização na construção.
O que é industrialização na construção?
A industrialização na construção civil refere-se à aplicação de métodos e processos industriais na produção de componentes e na montagem de estruturas de construção. Ou seja, as peças são fabricadas fora do local da construção e depois montadas in loco.
Ao invés de depender exclusivamente de métodos tradicionais, a industrialização busca otimizar o processo, incorporando eficiência, precisão e sustentabilidade desde a fase inicial até a conclusão do projeto.
Para contextualizar o cenário, de acordo com a matéria da revista Isto É Dinheiro, o PIB interno do setor da construção civil, movimenta impressionantes R$2,3 trilhões. Dentro desse montante, aproximadamente 10% correspondem à fatia da construção industrializada, ressaltando a relevância desse segmento na economia.
Importância da industrialização: uma necessidade do presente.
A industrialização na construção não é apenas uma tendência, mas também uma resposta essencial aos desafios enfrentados pelo mercado. A necessidade de construções mais rápidas, eficientes e sustentáveis impulsiona essa mudança.
Além da crescente demanda por habitação, a pressão por redução de custos e a busca por práticas mais ecológicas são fatores que tornam a industrialização não apenas uma opção, mas uma demanda para o setor.
Além disso, em tempos de tragédias naturais, como as recentes enchentes que devastaram o Rio Grande do Sul, a necessidade de soluções ágeis e eficientes para a reconstrução se torna crucial, e a industrialização da construção civil desponta como uma alternativa promissora, oferecendo métodos construtivos inovadores que podem agilizar o processo de recuperação, garantir a sustentabilidade e proporcionar habitações de qualidade.
Entre os benefícios da industrialização da construção civil, destacam-se:
Eficiência temporal: reduz significativamente o tempo de construção, acelerando o processo de entrega de projetos.
Controle de qualidade: produção em ambiente controlado permite um rigoroso monitoramento de qualidade, minimizando erros e assim, aumentando a durabilidade das estruturas.
Sustentabilidade: o uso eficiente de materiais, juntamente com práticas sustentáveis, reduz o impacto ambiental dos projetos.
Economia de custos: a padronização e a eficiência na produção levam a uma redução de custos, beneficiando tanto os construtores quanto os consumidores finais.
A revolução na prática
A prova tangível da transformação do setor é evidenciada pelo investimento de empresas como a SteelCorp, liderada por Roberto Justus. Especializada em Light Steel Frame (LSF), segundo a publicação da Revista Isto É Dinheiro, a corporação projeta alcançar a receita de R$1,5 bilhão até 2025.
De acordo com a matéria, as obras com LSF, reduz em média 50% do tempo de construção em comparação com a alvenaria tradicional. Além disso, em tempos de práticas ESG, esse modelo destaca-se pela ausência de entulho na obra, pois a produção é feita na fábrica e somente a montagem no canteiro, impactando positivamente o meio ambiente.
Dados da Associação Brasileira das Empresas de Limpeza e Resíduos Especiais (Abrelpe) evidenciam a diferença gritante em termos de resíduos de construção e consumo de água entre os modelos. Enquanto o modelo industrializado reduz significativamente os resíduos, o consumo de água equivale a apenas 1% do que é gasto nas obras de alvenaria.
A SteelCorp tem como meta elevar a participação do esqueleto do aço galvanizado para pelo menos 50%, reduzindo ainda mais o tempo de entrega. Esse modelo tecnológico, somado às vantagens da construção industrializada, levou a empresa a ser considerada uma construtech por Daniel Gispert (sócio do Roberto Justus), que destaca a empresa como uma precursora de uma nova era na construção civil.
Mudanças no emprego e desmistificação de custos
A transformação no modelo de construção também se reflete nas mudanças no perfil de emprego. Montadores substituem pedreiros e suas ferramentas. Ainda conforme a matéria, o presidente da Associação Brasileira da Construção Metálica (ABCEM), Horácio Steinmann, refuta o argumento de perda de empregos, destacando que o modelo industrializado gera mais oportunidades e eficiência.
Ele ainda desmistifica a questão do custo, enfatizando a inexistência de custos extras nesse tipo de construção, em comparação com a obra convencional.
Pensando na transição, a SteelCorp investe na formação profissional por meio da Steel Academy, treinando pedreiros e jovens interessados em uma carreira moderna na construção. Já foram capacitados pelo menos 300 alunos e a ideia é expandir os horizontes para cursos direcionados a engenheiros e arquitetos.
Impacto que o segmento da industrialização produz.
A industrialização traz um impacto bem significativo: métodos construtivos, forma de gerenciar melhor a obra, controle, planejamento mais efetivo para gerar menos desperdícios, sem contar a diminuição de uso de recursos naturais. É sabido que, a construção tradicional consome fortemente matérias – primas, os ciclos são mais lentos e muitos recursos são desperdiçados, principalmente de tempo.
À medida que a industrialização continua a moldar o cenário da construção civil, é necessário reconhecer não apenas os desafios, mas também os benefícios significativos que essa abordagem oferece, destacando-se como peça essencial para construir um futuro sólido e sustentável na indústria da construção.
Fonte das informações desta matéria:
“A Construção do Futuro”
Edição de 16/02/2024, versão on-line Revista Isto É Dinheiro
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